Dr. MAURO |
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NOSSAS VISITAS |
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Dr. Mauro Pereira Cândido |
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O Bicho Homem
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Pra ver homem enjaulado
– Em tempo mais que real –
E só percorrer no Estado,
Cadeia que é municipal... |
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Ou então bem calmamente
– Adentrar em mineiro distrito –
Que o pobre semovente,
Vai ficar mais que aflito... |
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Disse um policial
– Cujo nome, hoje, eu resguardo –
Que jaula é tão natural,
Nas masmorras do Estado... |
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Que Dona Ângela passe
– A caminhar pela rua –
Que perceba o desenlace,
A dor que impera tão nua... |
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Que ela deixe a acadêmica
postura
– E o velho gabinete lá da Praça –
Do vestido vermelho a formosura,
Para enxergar do preso comum toda desgraça... |
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Que o próprio governador
– Agora possa acordar para a vida –
Esquecendo aquela velha postura de rancor,
Vendo que su'alma possui outra medida... |
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Que precisa ter pelo povo
garantida
– Muito mais que o voto do ardor –
Aquela flama desmedida,
Que confere ao ser humano o esplendor... |
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Que busca o verdadeiro
estadista
– Grande político que não perde o compasso –
Aquele que não apenas passa a tropa em revôo,
O dirigente que não só enfeita o velho paço... |
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Mais que atração no
zoológico
– O bicho homem definha –
Em ruína o seu psicológico,
Pobre Estado sai da linha... |
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Nem macaco nem leão
– A atração é o sofrimento –
A tal super-lotação,
Mata o preso e consome o detecto... |
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Falta guarda, falta
escolta
– Em Minas da dor, não se fala –
A cara de pau anda solta,
Cadê a vergonha na cara?... |
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O Estado tudo come
– Sobra nada para o povo –
Depois da eleição quem some,
É o político, diz meu sogro... |
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No Rio de Janeiro o bicho
homem
– Ficou como atração em triste jaula –
Aqui, os honestos se consumem,
Vitimas de criminosas balas... |
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Os sanguinários que
mataram o promotor
– No Tribunal se fazem de inocentes –
As nossas ruas transtornadas de pavor,
Choram apavoradas e não contentes... |
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Enjaulado na têve
– Em casa mesmo que não sua –
O mineiro hoje não crê,
Que o Brasil viva no mundo da lua... |
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Vereador quer filmada
– Pobre rua que se perverte –
Minha ex-sogra diz que é palhaçada,
A Praça Sete engolida por pivete... |
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E que a velha musa de
Itamar
– Resguardada pela idade –
Reclama de sua guarda particular,
Para ela, ele já não goza o Liberdade... |
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O velhinho não anda solto
– Mas, não tem carteira batida –
Para não se transformar em alvo,
Seu topete ganha vida... |
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Enjaulado em Palácio
– Junto com a secretária –
Pede vez à flor do lácio,
Quem faz lide temeria... |
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Não pedindo p'ro Itamar
– Que mande limpar gaveta –
Dê p'ra outro o seu lugar,
Enfie no porão sua careta... |
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Ou então p'ra galeria
– Recomende a esfinge sua –
O povo quer alegria,
Toda sua turma na rua... |
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Pois, o retrato do
velhinho
– Tem que sair da parede –
Deixar bem livre o caminho,
Do poder perder a sêde... |
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