Dr. MAURO

   O Velho Intendente 
     Partiu

       O Velho Intendente
       Partiu

       Seu
       Retrato

       Do Cine
       Floresta Velho

       Temendo a
       Antiga Lição

       A Central
       Saiu dos Trilhos

       Paulinho
       Pedra Azul

       O
       Tempo

       No
       Fundo

       Chora a Águia,
       Chora o Rio

       Emanuel,
       Habla Senhor?!

       Relendo
       Rogério Fernal

       Manoéis
       Cantores e Luas

       Adorando
       Ir para o Escuro

       O Bicho
       Homem

       O Pulo
       do Gato

       Retrato
       Desbotado

       O Golpe
       do Casamento

       O Cheiro
       da Eleição

       Festa na
       Cabana

       Ato
       Simbólico

       Para
       Ensinar Orgia

       Salgado
       Filho

       O Mestre
       de Cerimônia

       Tanque
       de Guerra

       Bem mais Forte
       que o Antraz

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NOSSAS VISITAS


 

 

               Dr. Mauro Pereira Cândido  

 

O Bicho Homem
 

  Pra ver homem enjaulado
– Em tempo mais que real –
E só percorrer no Estado,
Cadeia que é municipal...
   
    Ou então bem calmamente
– Adentrar em mineiro distrito –
Que o pobre semovente,
Vai ficar mais que aflito...
 
  Disse um policial
– Cujo nome, hoje, eu resguardo –
Que jaula é tão natural,
Nas masmorras do Estado...
   
    Que Dona Ângela passe
– A caminhar pela rua –
Que perceba o desenlace,
A dor que impera tão nua...
 
  Que ela deixe a acadêmica postura
– E o velho gabinete lá da Praça –
Do vestido vermelho a formosura,
Para enxergar do preso comum toda desgraça...
   
    Que o próprio governador
– Agora possa acordar para a vida –
Esquecendo aquela velha postura de rancor,
Vendo que su'alma possui outra medida...
 
  Que precisa ter pelo povo garantida
– Muito mais que o voto do ardor –
Aquela flama desmedida,
Que confere ao ser humano o esplendor...
   
    Que busca o verdadeiro estadista
– Grande político que não perde o compasso –
Aquele que não apenas passa a tropa em revôo,
O dirigente que não só enfeita o velho paço...
 
  Mais que atração no zoológico
– O bicho homem definha –
Em ruína o seu psicológico,
Pobre Estado sai da linha...
   
    Nem macaco nem leão
– A atração é o sofrimento –
A tal super-lotação,
Mata o preso e consome o detecto...
 
  Falta guarda, falta escolta
– Em Minas da dor, não se fala –
A cara de pau anda solta,
Cadê a vergonha na cara?...
   
    O Estado tudo come
– Sobra nada para o povo –
Depois da eleição quem some,
É o político, diz meu sogro...
 
  No Rio de Janeiro o bicho homem
– Ficou como atração em triste jaula –
Aqui, os honestos se consumem,
Vitimas de criminosas balas...
   
    Os sanguinários que mataram o promotor
– No Tribunal se fazem de inocentes –
As nossas ruas transtornadas de pavor,
Choram apavoradas e não contentes...
 
  Enjaulado na têve
– Em casa mesmo que não sua –
O mineiro hoje não crê,
Que o Brasil viva no mundo da lua...
   
    Vereador quer filmada
– Pobre rua que se perverte –
Minha ex-sogra diz que é palhaçada,
A Praça Sete engolida por pivete...
 
  E que a velha musa de Itamar
– Resguardada pela idade –
Reclama de sua guarda particular,
Para ela, ele já não goza o Liberdade...
   
    O velhinho não anda solto
– Mas, não tem carteira batida –
Para não se transformar em alvo,
Seu topete ganha vida...
 
  Enjaulado em Palácio
– Junto com a secretária –
Pede vez à flor do lácio,
Quem faz lide temeria...
   
    Não pedindo p'ro Itamar
– Que mande limpar gaveta –
Dê p'ra outro o seu lugar,
Enfie no porão sua careta...
 
  Ou então p'ra galeria
– Recomende a esfinge sua –
O povo quer alegria,
Toda sua turma na rua...
   
    Pois, o retrato do velhinho
– Tem que sair da parede –
Deixar bem livre o caminho,
Do poder perder a sêde...

ACESSO RÁPIDO


 

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