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               Arnaldo Jabor        

 

Lançamento do Livro

"A Invasão das Salsichas Gigantes"
 

Arnaldo Jabor lança 'A Invasão das Salsichas Gigantes'

                                                                                  João Nunes, do Correio Popular

Arnaldo Jabor teve, na semana passada, uma crise de diverticulite – a mesma doença que matou Tancredo Neves. Do hospital, ele concedeu esta entrevista para falar do livro A Invasão das Salsichas Gigantes, coletânea dos artigos que publica semanalmente em dez jornais do país – incluindo o Correio Popular – que acaba de lançar pela Objetiva. Bem-humorado, disse que esperava não ter o mesmo destino do ex-presidente. Não teve, pois no dia seguinte estava em casa. O título – uma das 62 crônicas do livro – remete, ao contrário da primeira impressão, ao tema da globalização. No século 19, diz Jabor, tínhamos a ilusão de que seria possível moldar o ser humano. "Isso, hoje, é um sonho; o mundo foi domado pela sordidez das corporações americanas", discursa.

O livro, assume, é um jeito de "alcançar a perenidade", diante da efemeridade do jornal onde as crônicas são publicadas. Mas Jabor não vê na crônica um tipo "menor" de escrita. "É um privilégio; não a subestimo de forma alguma", argumenta incisivo, como lhe é habitual. Machado de Assis e Eça de Queirós eram colunistas de jornal, lembra. "Faço um texto caprichado cada semana, mas é muito difícil manter a coluna". Às vezes, conta, parece escrever como se estivesse psicografando. Nelson Rodrigues, claro, de quem não nega influência e faz citação em profusão.

A propósito, o dramaturgo é tema da crônica Nelson Rodrigues comenta a derrota do Brasil. (contra França na final da Copa de 1998) – perfeitamente adaptado a mais uma derrota do Brasil, desta vez para Honduras, na Copa América. O texto é seu, mas as imagens e até expressões são referências claras de Nelson. "Por que perdemos, ó Nelson? Excesso de esperança. Brasileiro tem medo do óbvio. Era óbvio que venceríamos. Logo, tínhamos de perder. Eu nunca vi nada igual. Nem em 50. No dia do Brasil x França, até os esqueletos do cemitério estavam ouvindo o jogo no radinho de pilha".

O livro traz também uma das melhores crônicas que publicou nos jornais intitulada Reflexões diante do bumbum da Feiticeira Nua, no qual escreve: "Ela é lindíssima, mas está nua demais. Ela é nua como um cavalo. Nada é tão nu como a Feiticeira...ela quer me humilhar com sua nudez perfeita". Jabor diz que, ao escrever, seu objetivo é criar dúvidas e incertezas. "Sou um questionador das certezas; gosto de provocar crises", afirma.

Diferente

Se citar Nelson Rodrigues é tão atual, teria o Brasil mudado tão pouco? Pelo contrário, o Brasil mudou muito, ele diz. Também se considera bastante diferente do dramaturgo. "Aprendi com ele, a postura que tenho diante da arte".

Jabor diz não ter qualquer dificuldade em driblar as críticas. "Adoro críticas; quem me critica é invejoso ou sente-se mal pela ambivalência que instalo nas almas deles". O escritor se diz "odiado" pelos acadêmicos da USP e da Unicamp. "Eles gostariam de intervir na realidade do Brasil, mas permanecem encastelados em suas torres de marfim, dialogando com seus pares". É pena, lamenta-se, pois somos um país com "tantos bons intelectuais".

 

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