QUINTA PARTE

  Eu Não Gostava do
    Papa João Paulo II

  Roubar é um Prazer
    Quase Sexual

  Eu já vi o Medo da
    América Profunda

  As Pérolas Pescadas
    no Excremento

  O Mandacaru na
    Sala de Jantar

  É um Mal não
    Freqüentar o Bem

  Osama Acabou com
    o "Happy End"

  Os Sete Vícios
    Capitais do PT no...

  "Redentor" chama
    Deus para Nos Salvar

  Nunca a Burrice fez
    Tanto Sucesso

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NOSSAS VISITAS


 

 

               Arnaldo Jabor        

 

Os sete vícios capitais do PT no poder

A tradição do comunismo ainda orienta as ações do governo atual

Não me esqueço do ataque de riso que tive, muitos anos atrás, quando vi a autocrítica de um alto dirigente do PC da China, durante a revolução cultural. Quem foi? Lin Piao? Não me lembro. A “autocrítica” é um dos velhos hábitos dos comunas, uma espécie de confissão católica-vermelha, só que aos berros diante das massas. O dirigente começou sua autocrítica assim: “Eu sou um cão imperialista, eu sou o verme dos arrozais da China, eu sou a vergonha do comandante Mao…” Eu adorava ver essas manifestações da auto-anulação individual dos comunas pois, como me diziam os marxistas, o “individuo é uma ilusão”.

Hoje, a “autocrítica”, para o PT no poder, se transformou na pratica cotidiana, usual, do “desmentido”. Todo mundo dando gafe e depois desmentindo. O “desmentido” é o arrependimento do “se colar colou”. Ex: Dirceu diz que vai “arrombar as portas e aprovar PPP’s” ou diz que o Ministério Público é a “gestapo” de Hitler, ou que vai “dar um tiro no peito de Tasso”. Aí, desmente no dia seguinte. O Lula diz que jornalistas são covardes e depois desmente. Mas, a verdade é a gafe do primeiro dia. É o que lhes vai pela cabeça, tão reprimidamente que pinta o ato falho. Aí, o sujeito “desmente”, numa fingida autopenitência e todos aceitam. Eu, não, eu quero é que voltem as autocríticas do tempo de Mao. Quero ver o Gushiken bater no peito e berrar: “Eu sou a praga do cerrado, eu sou um cão bolchevista fingindo de democrata...”

Muitas vezes o elemento petista não se sente obrigado a desmentir nem a fazer autocrítica, pelo uso matreiro de outro vicio capital: a “mentira revolucionária”. A Secom do Planalto acaba de fazer isso com o trecho do discurso do Lula apoiando Marta que foi cortado por “pegar mal” ou o trecho atribuído a Gilberto Gil, por uma “companheira” já demitida, sem nome, que teria distorcido as palavras do ministro cantante. Quem é essa irresponsável burocrata do povo? Já terá sido estrangulada ou só está em “desgraça” num “gulag” qualquer das cidades-satélite? Ou não houve moça nenhuma? Stalin apagava das fotos os membros do partido que ele expurgava; portanto, nunca existiram. Tudo é absolvido pela “mentira revolucionaria”, porque ela vem por uma “boa causa”.

Outro vicio capital dos comunas velhos é a sagrada prática da “luta interna”. Ah...como eles se refocilam nesse embate. A “luta interna” com base ideológica é exercida deliciosamente, pois todas as maldades, traições, intrigas, tapetes puxados, cascas de banana, tudo é “válido”, pois são agruras justificadas pelo “bem” do Partido. Ninguém estaria brigando por inveja, rancor, paranóia ou por problemas sexuais. Esses seriam vícios “pequeno-burgueses”. Eles brigam por motivos maiores, “revolucionários”: aventureirismo, sectarismo, revisionismo... . Os perdedores se aquietam, quase felizes, pois foram esmagados pelo bem de todos, contra o “inimigo principal”, ou seja, quem não é do PT. Quando o Palocci saiu na capa da “Veja”, elogiado “pela burguesia”, eu pensei: “Tá frito...” Semana seguinte, começou a ciumeira disfarçada de desenvolvimentismo.

Outro vicio típico do anedotário petista é o “que saudades da KGB ou como era doce meu DIP”. Como os petistas não sabem sair da encruzilhada infernal entre responsabilidade fiscal e monetária e “desenvolvimento” (como alias ninguém sabe ainda...) eles se dedicam à parte “espiritual” da velha ideologia: controle, fiscalização, tutela, espionagem e censura.

Agora, estamos assistindo ao vicio do baixo clero do PT: “a porrada revolucionária”, com os “militantes” atacando os comícios do Jose Serra para prefeitura. Todo jogo tem porrada, sabemos. Mas, ali é diferente. Há o zelo dos peões, dos pés-de-poeira da Marta, há uma missão bélica para impedir que os burgueses do PSDB ganhem a prefeitura. Os brutamontes da militância se acham imbuídos de uma missão sagrada: “Eu taquei um pé nos cornos daquele tucano filho de uma égua, esfreguei a cara dele no chão até ele gritar “Viva a Marta!”. “E eu arrebentei a cara daquele ali! É isso que chamam de “golpe de esquerda, Manelão?”

Quase todos esses cacoetes derivam de um sentimento: “Somos superiores”. Quando eu era estudante, um dirigente do PC dizia sempre: “Não estamos com a doutrina certa? Então....é só aplicá-la”. Discutíamos infinitamente para chegar a uma conclusão da qual partíamos. Ideologia é isso. Essa “certeza superior” é encontradiça em homens-bomba, em bispos vermelhos, em padres de passeata como o Frei Betto e encontramos também em Bush e seus fascistas...em muita gente. O autoritarismo e a truculência não são privilegio de radicais de direita.

Entre os vícios do PT eu adoro um deles especialmente: o “militante imaginário”. Essa expressão é do pf. Gianotti. Perfeita: o sujeito nunca fez nada, nada pelo povo, nada pelo país, mas se considera um militante pelo bem da tal esquerda imaginaria que ele cultiva dentro da cabeça, como um canteiro de “marias vagabundas”. O sujeito é de esquerda como se é Flamengo ou Corinthians. São contra “tudo isso que está ai..”. São freqüentadores de bares do Rio e de universidades paulistas.

Todo partido tem a turminha do “trabalho sujo”, interface entre o partido e o mundo torpe dos conchavos. No PT também; são os “canalhas revolucionários”, mas suas ações são toleradas por serem um mal “necessário” para a revolução.

Os “canalhas revolucionários” agiram em Santo André, no próprio Planalto como foi o caso do inefável Waldomiro. Recentemente, temos os milhares de sigilos quebrados pela CPI, feito atribuído ao Jose Mentor, para compor um belo arquivo para o futuro, talvez para os dias do “justiciamento”. “Canalhas revolucionários” são protegidos pelo Sistema. Não posso afirmar nada contra a honestidade de pessoas como o amigo de Lula, Roberto Teixeira, nem sobre o sr. Cipriani, da Transbrasil. Mas, as cortinas de fumaça impedem qualquer aprofundamento.

E tudo em nome do socialismo que virá, pois como recomendou Stedile a seus “sem-terras”: “Tenham filhos; eles vão conhecer o socialismo...”.

 

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