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Os sete vícios
capitais do PT no poder
A tradição do comunismo ainda orienta as ações do governo atual
Não me esqueço do ataque de riso que tive, muitos anos atrás, quando
vi a autocrítica de um alto dirigente do PC da China, durante a
revolução cultural. Quem foi? Lin Piao? Não me lembro. A
“autocrítica” é um dos velhos hábitos dos comunas, uma espécie de
confissão católica-vermelha, só que aos berros diante das massas. O
dirigente começou sua autocrítica assim: “Eu sou um cão
imperialista, eu sou o verme dos arrozais da China, eu sou a
vergonha do comandante Mao…” Eu adorava ver essas manifestações da
auto-anulação individual dos comunas pois, como me diziam os
marxistas, o “individuo é uma ilusão”.
Hoje, a “autocrítica”, para o PT no poder, se transformou na pratica
cotidiana, usual, do “desmentido”. Todo mundo dando gafe e depois
desmentindo. O “desmentido” é o arrependimento do “se colar colou”.
Ex: Dirceu diz que vai “arrombar as portas e aprovar PPP’s” ou diz
que o Ministério Público é a “gestapo” de Hitler, ou que vai “dar um
tiro no peito de Tasso”. Aí, desmente no dia seguinte. O Lula diz
que jornalistas são covardes e depois desmente. Mas, a verdade é a
gafe do primeiro dia. É o que lhes vai pela cabeça, tão
reprimidamente que pinta o ato falho. Aí, o sujeito “desmente”, numa
fingida autopenitência e todos aceitam. Eu, não, eu quero é que
voltem as autocríticas do tempo de Mao. Quero ver o Gushiken bater
no peito e berrar: “Eu sou a praga do cerrado, eu sou um cão
bolchevista fingindo de democrata...”
Muitas vezes o elemento petista não se sente obrigado a desmentir
nem a fazer autocrítica, pelo uso matreiro de outro vicio capital: a
“mentira revolucionária”. A Secom do Planalto acaba de fazer isso
com o trecho do discurso do Lula apoiando Marta que foi cortado por
“pegar mal” ou o trecho atribuído a Gilberto Gil, por uma
“companheira” já demitida, sem nome, que teria distorcido as
palavras do ministro cantante. Quem é essa irresponsável burocrata
do povo? Já terá sido estrangulada ou só está em “desgraça” num
“gulag” qualquer das cidades-satélite? Ou não houve moça nenhuma?
Stalin apagava das fotos os membros do partido que ele expurgava;
portanto, nunca existiram. Tudo é absolvido pela “mentira
revolucionaria”, porque ela vem por uma “boa causa”.
Outro vicio capital dos comunas velhos é a sagrada prática da “luta
interna”. Ah...como eles se refocilam nesse embate. A “luta interna”
com base ideológica é exercida deliciosamente, pois todas as
maldades, traições, intrigas, tapetes puxados, cascas de banana,
tudo é “válido”, pois são agruras justificadas pelo “bem” do
Partido. Ninguém estaria brigando por inveja, rancor, paranóia ou
por problemas sexuais. Esses seriam vícios “pequeno-burgueses”. Eles
brigam por motivos maiores, “revolucionários”: aventureirismo,
sectarismo, revisionismo... . Os perdedores se aquietam, quase
felizes, pois foram esmagados pelo bem de todos, contra o “inimigo
principal”, ou seja, quem não é do PT. Quando o Palocci saiu na capa
da “Veja”, elogiado “pela burguesia”, eu pensei: “Tá frito...”
Semana seguinte, começou a ciumeira disfarçada de
desenvolvimentismo.
Outro vicio típico do anedotário petista é o “que saudades da KGB ou
como era doce meu DIP”. Como os petistas não sabem sair da
encruzilhada infernal entre responsabilidade fiscal e monetária e
“desenvolvimento” (como alias ninguém sabe ainda...) eles se dedicam
à parte “espiritual” da velha ideologia: controle, fiscalização,
tutela, espionagem e censura.
Agora, estamos assistindo ao vicio do baixo clero do PT: “a porrada
revolucionária”, com os “militantes” atacando os comícios do Jose
Serra para prefeitura. Todo jogo tem porrada, sabemos. Mas, ali é
diferente. Há o zelo dos peões, dos pés-de-poeira da Marta, há uma
missão bélica para impedir que os burgueses do PSDB ganhem a
prefeitura. Os brutamontes da militância se acham imbuídos de uma
missão sagrada: “Eu taquei um pé nos cornos daquele tucano filho de
uma égua, esfreguei a cara dele no chão até ele gritar “Viva a
Marta!”. “E eu arrebentei a cara daquele ali! É isso que chamam de
“golpe de esquerda, Manelão?”
Quase todos esses cacoetes derivam de um sentimento: “Somos
superiores”. Quando eu era estudante, um dirigente do PC dizia
sempre: “Não estamos com a doutrina certa? Então....é só aplicá-la”.
Discutíamos infinitamente para chegar a uma conclusão da qual
partíamos. Ideologia é isso. Essa “certeza superior” é encontradiça
em homens-bomba, em bispos vermelhos, em padres de passeata como o
Frei Betto e encontramos também em Bush e seus fascistas...em muita
gente. O autoritarismo e a truculência não são privilegio de
radicais de direita.
Entre os vícios do PT eu adoro um deles especialmente: o “militante
imaginário”. Essa expressão é do pf. Gianotti. Perfeita: o sujeito
nunca fez nada, nada pelo povo, nada pelo país, mas se considera um
militante pelo bem da tal esquerda imaginaria que ele cultiva dentro
da cabeça, como um canteiro de “marias vagabundas”. O sujeito é de
esquerda como se é Flamengo ou Corinthians. São contra “tudo isso
que está ai..”. São freqüentadores de bares do Rio e de
universidades paulistas.
Todo partido tem a turminha do “trabalho sujo”, interface entre o
partido e o mundo torpe dos conchavos. No PT também; são os
“canalhas revolucionários”, mas suas ações são toleradas por serem
um mal “necessário” para a revolução.
Os “canalhas revolucionários” agiram em Santo André, no próprio
Planalto como foi o caso do inefável Waldomiro. Recentemente, temos
os milhares de sigilos quebrados pela CPI, feito atribuído ao Jose
Mentor, para compor um belo arquivo para o futuro, talvez para os
dias do “justiciamento”. “Canalhas revolucionários” são protegidos
pelo Sistema. Não posso afirmar nada contra a honestidade de pessoas
como o amigo de Lula, Roberto Teixeira, nem sobre o sr. Cipriani, da
Transbrasil. Mas, as cortinas de fumaça impedem qualquer
aprofundamento.
E tudo em nome do socialismo que virá, pois como recomendou Stedile
a seus “sem-terras”: “Tenham filhos; eles vão conhecer o
socialismo...”.
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