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Zé Ramalho

encontro de zé ramalho
com raul seixas na cidade de thor

                                                                                 Arievaldo Vianna
                                                                          Tupynanquim Editora


 

Um cordel de Arievaldo Vianna

Arievaldo Viana admira a obra de Zé Ramalho desde o início da década de 80, sobretudo por sua identificação com a arte da cantoria. Também detectou influências da Literatura de Cordel na obra de Raul Seixas – é o caso de em canções como
"Os números" e "Aventuras de Raul Seixas na Cidade de Thor", dai a idéia de realizar esse encontro virtual entre os dois.



Encontro de Zé Ramalho
com Raul Seixas na
Cidade de
Thor

                         Arievaldo Vianna - Cordel - 05/2004

Depois que partiu da terra
Para os mundos siderais
Raul Seixas não quis mais
Saber de paz nem de guerra
Seu espírito se encerra
Num plano muito maior
Eu que sei tudo de cór
Digo pra quem me acredita
Que Raulzito hoje habita
Lá na Cidade de Thor.

É uma cidade encantada
Do grande reino de Odin
Tem a luz de Eloim
Iluminando a estrada
Nessa cidade sagrada
Repleta de realeza
Foi habitar com certeza
A alma de Raulzito
É um espirito bendito
Nosso "Maluco Beleza".

No tempo que era vivo
Numa lisérgica viagem
Raulzito com coragem
Recebeu de Thor o crivo
Por ser um poeta cativo
E não portar amarguras
Viveu grandes aventuras
Nessa cidade sagrada
Parte dela foi narrada
No verso das escrituras.

Aqui em nosso planeta
Divulgando sem trabalho
Encontramos ZÉ RAMALHO
De boina e de capa preta
Viajando num cometa
De sonhos e misticismo
E com grande realismo
Trazendo novas mensagens
Fruto de suas viagens
Ao mundo do esoterismo.

Muito alem das sete portas
Do palácio de marfim
No reinado de Odin
No passo das àguas mortas
Existem vielas tortas
Cheias de gandes segredos
Deixando de lado os medos
Zé Ramalho viajou
E com Raul se encontrou
Pra decifrar tais enredos.

Falaram primeiramente
Das mazelas do sistema
Que traça um terrível esquema
Para aliciar a mente
Arrastando toda a gente
No mar do capitalismo
Induzindo ao consumismo
Da total banalidade
E da vil futilidade
Que nos conduz ao abismo.

E compararam o planeta
Com um cachorro pulguento
Que coça a todo momento
As pulgas e faz careta
A causa dessa mutreta
E a vil devastação
Sufoco e poluição
Que maltratam a Natureza
Será o fim, com certeza
Desse mundo de ilusão.

São Olhares sem destino
Em busca de esperança
E nessa fantástica dança
A roleta sai do pino
Ramalho lembrou de um hino
Que compôs sobre esse tema
E sem sair do esquema
Cantou emocionado
Heróico e vibrante brado
Denunciando o problema:

"A revolta de toda a natureza
Mediante a matança dos seus bichos
Através dos grudentos carrapichos
Toda praga que vem é com certeza
O silêncio que paira na pobreza
E capaz desse mundo acordar
Paro urn louco que vive a meditar
No dragão que matou a mocidade
Um herói que morreu pela metade
Se viveu não tem forças pra contar" (*)

RAUL - Zé Ramalho eu também denunciava
Tudo isso que o colega manifesta
Pra salvar esse pouco que inda resta
Meu protesto muito pouco adiantava
O sistema escutava e nem ligava
E meus versos se perdiam no infinito
Hoje resta só o eco do meu grito
Nas cabeças de mente iluminada
Vim aqui concluir minha jornada
Pois ainda sou o mesmo Raulzito.

ZÉ - Cada verso que faço é um açoite
Em defesa da vida e da bondade
Vou seguindo a luz da divindade
E cantando no escuro dessa noite
Eu só peço que o colega não acoite
Em seu peito os sintomas da tristeza
Pois um verso de luz tem mais beleza
Que o tinido do ouro e do metal
E no fim desse grande vendaval
A bondade vigora com certeza.

RAUL - Tem gente que passa a vida inteira
Travando uma luta contra o galho
No entanto, meu colega Zé Ramalho
isso tudo é inútil, uma besteira
Que o segredo da arte verdadeira
Está no tronco da árvore, na raiz
Sem barreira de língua ou país
Cada um sempre vale o que tem
E o mal vive junto com o bem
Quem desvenda o segredo é infeliz.

ZÉ - Um buraco de rato, uma arapuca,
Encontrei nos corredores do sistema
Mas se queres enfrentar esse problema
E preciso estar dentro da sinuca...
Convidei Robertinho mais Sivuca
Chico Guedes e outros companheiros
Percorri os estados brasileiros
Escanchado num disco voador
E mostrei quanto vale um trovador
Que recusa receber 30 dinheiros

RAUL - Eu botei uma pitada nordestina
Fiz meu rock em forma de cordel
Pois também admiro o menestrel
Como o Papa ama a Capela Sistina
Botei Jackson do Pandeiro e concertina
Fiz xaxado, fiz rock, fiz balão
Mas não tenho nada a ver com a evolução
Da tal Música Populista Brasileira
Certo dia, bateu-me uma canseira
E viajei, para sempre, na ilusão...

ZÉ - Eu também jó vivi inconformado
Mas urn dia encontrei felicidade
Já estive frente à frente com a maldade
Num universo de drogas mergulhado
Tudo isso já faz parte do passado
Hoje eu cuido do corpo que é meu templo
Para os jovens vou deixar o bom exemplo
Que a droga é do mal, não tá com nada,
Só Cannabis, essa planta abençoada
É que ainda, vez por outra, eu contemplo.

RAUL - Cada uni leva a vida como quer
Todo homem tern direito a liberdade
Desconfio dos segredos da verdade
Fiz das drogas o meu barco e escaler
Fui feliz quando amei uma mulher
Porém tudo na terra é passageiro
A irmã morte traçou o meu roteiro
Num universo de total contemplação
Fiz do AMOR a minha religião
Sob as ordens de Deus, que é verdadeiro.

ZÉ - Companheiro, já é tarde, eu preciso
Para o mundo dos homens retornar
Os meus filhos me esperam no meu lar
E os fãs querem ouvir meu improviso
Um relato completo e conciso
Desse encontro importante que tivemos
Se na fonte da verdade nós bebemos
É preciso espalhar nesse momento
A beleza de tal conhecimento
Nestes versos que agora escrevemos.

RAUL - Boa sorte, companheiro, e obrigado
Vem chegando o "Plunct-Plact-Zum"
Uma visita como esta é incomum
E o momento da volto é chegado
Vá com Deus e espalhe o meu recado
Até o dia esperado do eclipse
Quando as páginas do meu apocalipse
Vão trazer nova luz pra humanidade
Nesse dia os segredos da Verdade
São expostos em retas e elipses.

Dizem que sonho é verdade
Presságio ou revelação
A perfeita interação
Do homem com a divindade
Não sei se é realidade
Esse encontro que sonhei
Das musas eu sigo a lei
E transpus para o papel
Narrando tudo em cordel
Da forma que imaginei.

E foi assim que se deu
Esse encontro relatado
Já dei aqui meu recado
Muito obrigado a quem leu
Arievaldo escreveu
Um sonho que teve agora
Juro por Nossa Senhora
Que eu mesmo não acredito
Em sonho tão esquisito
Adeus, que já vou embora.

FIM - Caucaia, maio de 2004

    

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